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IMPA lamenta a morte de ex-ministro José Israel Vargas

O IMPA lamenta profundamente o falecimento do físico e ex-ministro de Ciência e Tecnologia e ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências José Israel Vargas ocorrido nesta quinta-feira (15), aos 97 anos. O instituto se solidariza com os familiares, amigos e colegas de  Vargas, cuja memória e legado seguirão inspirando gerações de pesquisadores brasileiros.

“Como cientista, presidente da Academia de Ciências, ministro da Ciência e Tecnologia, a trajetória de Israel Vargas se pautou pela defesa e promoção da ciência brasileira, constituindo um modelo de liderança da nossa comunidade científica que honra a todos nós”, destacou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana. 

Nascido em 1928, em Paracatu (MG), Vargas foi professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); teve papel central na formulação da política de energia nuclear no Brasil no início dos anos 1960, além de ministro da Ciência e Tecnologia nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O cientista também foi presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) de 1991 a 1993 e da Academia Mundial de Ciências (TWAS). Seu trabalho foi sempre pautado pela ética, competência e dedicação à promoção da ciência.

Trajetória 

Formado em química pela UFMG, Vargas estudou física no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e obteve doutorado em ciências nucleares pela Faculdade de Física e Química da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. De volta ao Brasil, tornou-se professor da UFMG, onde dirigiu o Instituto de Pesquisas Radioativas, e foi assessor técnico da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Ele também foi pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

Em 1964, na ocasião do golpe militar, seu laboratório foi tomado pelo exército, e Vargas foi demitido da CNEN e afastado da UFMG. Foi então voluntariamente para a França e lá ficou por quase sete anos, atuando como pesquisador do Centro de Estudos Nucleares do Comissariado de Energia Atômica, em Grenoble, na França, onde liderou um grupo de pesquisa.

Sua carreira acadêmica foi marcada pelo desenvolvimento de trabalhos sobre as transformações nucleares em sólidos e a modelagem de sistemas energéticos. Na área pública, foi secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. Como ministro (1992- 1999), ele esteve à frente de realizações relevantes na área, como a expansão e consolidação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Trabalhou também para aprimorar a qualidade da produção nacional, aperfeiçoando o Sistema Nacional da Propriedade Intelectual e a Metrologia e a Normatização.

No exterior, Vargas foi membro da Comissão Assessora para as Políticas de Cooperação Intelectual Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e integrou o Conselho do Instituto de Estudos Avançados da Universidade das Nações Unidas, onde ajudou a desenvolver projeto para a pesquisa de uma linguagem entre computadores que permitisse a tradução automática de línguas. Vargas também foi embaixador do Brasil na Unesco e presidente do seu Conselho Executivo. 

Vargas deixa três filhas: Cláudia, Joana e a química Maria Vargas, membro da ABC e do Conselho Técnico Científico do IMPA.

Com informações e foto da Academia Brasileira de Ciências.

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