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Do bisturi à matemática, Daniela Paiva defende tese na terça (25) - IMPA - Instituto de Matemática Pura e Aplicada
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Do bisturi à matemática, Daniela Paiva defende tese na terça (25)

Do sonho da medicina forense à matemática no IMPA. A colombiana Daniela Paiva vai concluir nesta terça-feira (25) o doutorado em matemática pura, etapa importante de uma carreira que começou como segunda opção e se tornou objetivo de vida. Sob orientação da pesquisadora do IMPA Carolina Araujo, Daniela defende a tese “Automorfismos de superfícies quárticas e transformações de Cremona” na sala 232 do instituto, às 10h. A defesa também pode ser acompanhada pelo YouTube do IMPA.

Natural da cidade de Ibagué, na Colômbia, Daniela sonhava em ser médica, mas, incentivada por seu professor de física, que acreditava no potencial dela para as ciências exatas, mudou de rota ao ingressar na universidade. Iniciou o curso de matemática com a ideia de migrar para medicina, mas logo no primeiro semestre foi conquistada pela área. 

A graduação em matemática na Universidade de Tolima (Colômbia) foi aos poucos encantando a jovem. E durante um intercâmbio acadêmico na Universidade Federal de Viçosa (Minas Gerais), em 2017, nasceu uma inesperada relação com o Brasil.

Da experiência, vieram muitas oportunidades, o conhecimento sobre universidades brasileiras e um novo sonho: retornar ao país para realizar o mestrado em matemática pura no IMPA. O próximo passo na carreira foi o doutorado também no Instituto. 

Daniela trabalha no campo da geometria algébrica, onde os objetos fundamentais de estudo são representações geométricas das soluções de sistemas polinomiais. A ideia de sua pesquisa de doutorado surgiu da conferência BIRS-CMO Workshop, “Latin America and Caribbean Workshop on Mathematics and Gender”, em 2020. Na ocasião, foram discutidos temas de geometria e relações de gênero na matemática. 

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A partir disso, a doutoranda se dedicou ao estudo do que é conhecido como o Problema de Gizatullin, que envolve superfícies quárticas no espaço projetivo P3. O desafio principal da pesquisa foi entender quando os automorfismos da superfície quártica são induzidos por mapas birracionais do espaço ambiente P3.

“Se começamos com uma superfície quártica, queremos saber se todos ou quais automorfismos da superfície são restrições de mapas birracionais de P3. No nosso caso, pois os resultados principais se obtiveram em colaboração com Carolina Araujo, Ana Quedo e Sokratis Zikas, resolvemos o problema no caso em que a superfície tem número de Picard 2, combinando teoria de superfícies K3 e a geometria birracional”, explicou Daniela. 

Questionada sobre suas inspirações, a jovem destacou duas importantes mulheres em sua trajetória: sua mãe, Nancy Peñuela, e a orientadora, Carolina Araujo. “Academicamente, a Carolina é uma grande inspiração, por sua pesquisa, seu profissionalismo, pela excelente carreira em matemática que ela construiu, por sua simplicidade e pelo apoio que recebi ao longo desses quatro anos. Foram muitos os momentos em que bastava uma reunião com ela para me sentir renovada, com ânimo e energia para continuar, sem duvidar do meu trabalho. Pessoalmente, a minha mãe é e sempre será minha inspiração. Sua força e empoderamento feminino me incentivam a não desistir, a ser independente. A não me calar e a argumentar nos momentos importantes e necessários”.

Paixão pelo IMPA e pelo Rio de Janeiro

A doutoranda enxerga a passagem pelo IMPA muito além das oportunidades acadêmicas. Para ela, as amizades e parcerias que construiu foram essenciais para uma experiência de sucesso. “Estar no IMPA é muito interessante. Você conhece outras culturas, conhece como as coisas funcionam em outros países. Aqui no IMPA, especialmente, não tem somente pessoas do Brasil, tem pessoas de outras partes do mundo. Isso é muito legal”, contou. 

Daniela destacou também as participações no Encontro de Mulheres Matemáticas do IMPA (EMMI) e de outras iniciativas voltadas para discussão da carreira de mulheres e de outros grupos sub-representados na matemática. “O sentimento de sororidade, empatia e apoio mútuo era o combustível que me fazia sentir parte do meio acadêmico”. 

Além disso, a jovem não esconde a paixão pelo Rio de Janeiro. “O Rio me cativou. Esta cidade me ofereceu muitas atividades extracurriculares que me ajudaram a manter o equilíbrio mental e o bem-estar. Ir a uma roda de samba, fazer uma trilha, andar de bicicleta, dançar salsa e forró, curtir um maracatu ou uma roda de coco, mas, acima de tudo, compartilhar momentos com amigos que se tornaram família. Costumo dizer ‘Foi o Rio que passou na minha vida e o meu coração se deixou levar’”.

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