Folha: Qual a briga matemática mais famosa?

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo.
Algum tempo atrás escrevi o prefácio de um livro sobre curvas planas de autoria de três colegas queridos. Comecei afirmando que “matemáticos são pessoas felizes, pois fazem aquilo de que gostam”. É verdade, pelo menos na minha experiência, mas não quer dizer que tudo seja paz e amor no mundo dos números: às vezes o bicho pega.
Há até um livro sobre o tema, “Grandes Brigas na Matemática“, em que o escritor norte-americano Hal Hellman descreve em detalhes uma dezena de desavenças mais ou menos acaloradas entre matemáticos. Hellman não tinha formação prévia na área, e seus critérios de escolha não são sempre perfeitos, mas o livro constitui, assim mesmo, leitura divertida e instrutiva.
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Dos virulentos ataques de Niccolò Tartaglia a Girolamo Cardano a respeito da resolução da equação cúbica, no século 16, à trágica discórdia entre Leopold Kronecker e Georg Cantor em torno do conceito de infinito, no século 19, são dez ótimas oportunidades para constatar que, mesmo sendo universal e absoluta em seu conteúdo, a matemática não deixa de ser uma atividade humana, sujeita aos humores (e egos) de quem a pratica.