Mulheres na Ciência: ‘histórias motivadoras’, avaliam alunas
“É um documentário que mostra a história de diferentes pesquisadoras, mas todas com muitas experiências em comum. Foi muito motivador assistir. Mostrou que a nossa trajetória pode ser marcada por muitos desafios, mas que se elas conseguiram, nós também podemos conseguir”, disse a mestranda do IMPA Mishel Zhinge, após assistir ao documentário “Mulheres na Ciência”, exibido nesta quinta-feira (19) no instituto. A iniciativa é uma ação da Comunicação Institucional do IMPA e marca o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.
Com 1 hora de duração, o documentário dá voz à trajetória de grandes mulheres comprometidas com a produção científica no Mato Grosso do Sul. No filme, cientistas, professoras, estudantes e gestoras compartilham desafios, medos, vitórias e motivações para seguirem na carreira científica. O objetivo do documentário é fomentar apoio, investimentos e reconhecimento para as mulheres da área.
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A exibição foi acompanhada de um bate-papo entre as pesquisadoras Carolina Araujo (IMPA), Cintia Diallo (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), Lucas Verão, diretor do documentário, e André Mazini, coordenador-geral do programa Mais Ciência. “O legal de fazer esse documentário foi ver que essas histórias vão se amarrando. Inclusive, montamos neste formato de conversa: uma fala, a outra entra no meio mostrando que as histórias vão se cruzando e você vai entendendo que, apesar de cada uma ter sua história, elas estão entrelaçadas. Apesar de cada uma ter sua versão da história, todas acabam passando pelas mesmas situações, então, isso é um problema muito maior”, destacou Lucas Verão.
Na visão de Cintia, uma das personagens do documentário, o trabalho foi uma oportunidade de “materializar sobretudo para as meninas de camadas mais populares, a possibilidade de se tornar uma cientista ou uma pesquisadora ou professora doutora. Como uma mulher negra, filha das classes populares, se tivesse visto um documentário deste há 25 anos, acho que teria feito muito mais coisa. Então, acredito que seja um incentivo”, pontuou a pesquisadora.
Em conversa com o público, Mazini explicou que a produção priorizou a diversidade e foi motivada pela discrepância entre o número de mulheres na universidade e em cargos de liderança no MS. “Tínhamos indicadores que mostravam que as mulheres eram maioria em quase todos os indicadores da universidade. Entre as pessoas que entravam na universidade, as pessoas que se formavam, os produtores de artigo, professores, enfim, tudo, mas que essa pirâmide ia afunilando para os cargos de liderança. Esses cargos começavam a ser ocupados mais por homens. Responder a essa pergunta era bem importante.”
Carolina Araujo reforçou as mudanças alcançadas nos últimos anos. “Vejo a nova geração de maneira muito positiva. Acho que as pessoas estão olhando para essa questão de maneira muito mais corajosa. Fico feliz com isso”, destacou a pesquisadora do IMPA.
A roda de conversa terminou com a discussão sobre a importância de políticas públicas para incentivar a entrada e permanência das mulheres no meio acadêmico, garantindo a diversidade no ambiente.
“Que bom que há pessoas preocupadas em mostrar essas histórias. Foi muito bom ouvir essas pesquisadoras, nos ajuda a seguir e a acreditar que somos merecedoras de estarmos exatamente aqui”, disse a chilena, mestrando do IMPA, Francisca Aguayo.
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