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‘O futuro pertence a quem tiver múltiplas capacidades’, diz Viana

Quais serão os empregos do futuro? Quais serão as novas habilidades exigidas da próxima geração de profissionais? Essas e outras perguntas nortearam o debate “Caminhos do Brasil”, realizado nesta terça-feira (20) no Consulado Geral da França, no Centro do Rio. Organizado pelos jornais O Globo, Valor Econômico e Rádio CBN, em parceria com a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o evento contou com a participação do diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, que defendeu uma educação multidisciplinar. 

“O futuro pertence a quem tiver múltiplas capacidades. Dentro das profissões que vão morrer estão todas aquelas que são especializadas, que estão focadas num único aspecto. A IA faz melhor o trabalho de especialistas. Vão sobreviver, na minha visão, as profissões que exigem diferentes tipos de talentos.”

Também participaram do debate Carlos Augusto Lopes, vice-presidente da IBM Consulting América Latina; Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm América Latina e Rafael Segrera, CEO da Schneider Electric América do Sul. A mediação foi feita por Glauce Cavalcanti, jornalista de O Globo, e Stela Campos, editora de carreira do Valor Econômico.

Para os participantes, o caminho para colocar o Brasil entre as principais potências tecnológicas ainda é longo. “A solução tem que passar por uma parceria efetiva entre empresas, o mercado de trabalho e a academia”, destacou o diretor-geral do IMPA.

Para Segrera, CEO da Schneider Electric América do Sul, o governo precisa estar fortemente inserido neste diálogo. “É preciso suporte dos governos. O Brasil perdeu oportunidades e agora há uma nova chance. Temos que aprender com o que não funcionou. E uma transformação educacional é fundamental. Iniciativas coletivas e individuais são importantes, mas não são suficientes. É um trabalho conjunto de empresas, governo e universidades”, opinou. 

Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm América Latina, fez questão de lembrar das oportunidades que as novas tecnologias geram. “Quando chegaram os computadores, disseram que eles iriam substituir o homem, mas na verdade o que aconteceu foi o contrário. Se desenvolve um mercado em volta das novas tecnologias e é por isso que hoje há empresas de um trilhão de dólares, porque existe o computador. E agora existe a Inteligência Artificial. Nosso âmbito é que ela vai considerar uma infinidade de novas aplicações, serviços, que a gente nem sabe quais são ainda. E a gente vai aprendendo ao longo do caminho, conforme a tecnologia vai sendo disponibilizada”, acrescentou. 

Já Carlos Augusto Lopes, vice-presidente da IBM Consulting América Latina, defendeu que a área de serviço é um dos setores capazes de colocar mais pessoas neste novo mercado de trabalho. “Vou ousar a dizer que vai ficar até mais fácil. Muitos anos atrás eu trabalhava em uma fábrica, e para operar alguns equipamentos, o profissional tinha que aprender alemão. Então, de alguma forma, eu acredito que a vida vai ser mais fácil para os executores, para algumas pessoas que estão no front line de jobs, porque elas estão recebendo essa inteligência”. 

Ao longo do debate, Viana apresentou iniciativas do IMPA, como o Centro Pi (Centro de Projetos e Inovação IMPA) e o IMPA Tech, que aproximam a academia do setor produtivo. “A graduação foi criada dentro do ecossistema de inovação do Porto Maravalley, com foco na interação com empresas desde o início. Já temos startups ao nosso lado e esperamos que esse número cresça. Além disso, o IMPA criou há cinco anos o Centro Pi, que desenvolve pesquisas aplicadas com uso de IA em áreas como previsão de chuvas, saúde e outras”.

A segunda edição do debate “Caminhos do Brasil” abordou o avanço da inteligência artificial, os desafios impostos não só na formação da mão de obra do futuro, e também destacou o papel estratégico das parcerias entre empresas, instituições de ensino e governo para preparar o país para competir na nova era da corrida tecnológica global. O debate foi transmitido ao vivo. Clique para assistir. 

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