‘Meninas Olímpicas do IMPA’ elogiam programa

Mesa redonda do Festival falou sobre participação das meninas na matemática
As irmãs Eduarda e Fernanda Toledo contaram na tarde desta sexta-feira (30), durante o segundo dia do Festival da Matemática, como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e o programa “Meninas Olímpicas do IMPA” contribuíram para formação pessoal e acadêmica de cada uma delas.
As jovens revelaram que foi somente no Ensino Médio que tiveram o primeiro contato com a competição matemática e, posteriormente, com programa que estimula a presença feminina em atividades ligadas à área. Foi no grupo de estudos que as irmãs não só fortaleceram o aprendizado, mas se tornaram críticas ao atual mercado de trabalho, que tem maior presença masculina nos cargos.
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“Foi no ‘Meninas Olímpicas do IMPA’ que comecei a perceber que meus professores de matemática e física no colégio eram homens. No colégio, comecei a questionar: ‘não tem nenhuma filósofa para estudar?’ E ali começamos a mudar. O projeto me fez entender que isso existia e podíamos mudar isso”, disse Eduarda.
Quando eram alunas do Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa – Intercultural Brasil-China, escola da rede pública pública do Rio de Janeiro com foco na matemática, as irmãs foram medalhistas na Olimpíada Matemática da China, em 2019. Eduarda e Fernanda competiram nas etapas individual, em dupla e em grupo – com outras meninas de sua escola -, e asseguraram uma das dez melhores posições da competição.
“Ganhamos medalha individual e em grupo, fomos a única escola que conseguiu alguma premiação e éramos o único grupo composto só por meninas. Foi um orgulho muito grande. O programa [Meninas Olímpicas do IMPA] influenciou nossas vidas”, contou Fernanda.

As irmãs Eduarda e Fernanda Toledo
No ano passado, as jovens ingressaram no curso de Física Médica da UFRJ. Atualmente, colaboram com o programa, que continua atendendo alunas de escolas parceiras do IMPA.
‘Penetras do Festival’
O bate-bapo das jovens com o público do Festival da Matemática ocorreu na mesa redonda “Meninas Inspiradas e Inspiradoras”, que contou com a mediação do diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, e a participação de Cellina Landim e Raíssa Lorena, alunas do Ensino Fundamental. Apesar da pouca idade, 14 anos, as duas já escreveram um projeto sobre teorias dos processos dinâmicos.
“A Celina e Raíssa literalmente se convidaram para participar do festival, mandaram o material que elas produzem e nós achamos que valia a pena. Elas são as penetras do festival”, disse Viana, arrancando risos das participantes.
Celina contou ser movida a desafios e que pretende cursar engenharia genética nos EUA. Raíssa disse estar inclinada para a área de astrofísica. As duas são apaixonadas pelos números e sonham em mudar o mundo através da matemática aplicada.
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