Steve Smale: matemático sem medo de política na Guerra Fria
Steve Smale quase perdeu sua carreira na Matemática por seu fraco desempenho nos primeiros anos na Universidade de Michigan. Ele “acordou” quando o chefe do departamento ameaçou expulsá-lo. Começou a carreira como instrutor na Universidade de Chicago. Em 1958, surpreendeu o mundo matemático com uma prova do paradoxo da inversão da esfera. Em 1961, Smale cimentou sua reputação provando a Conjectura de Poincaré para todas as dimensões maiores ou iguais a 5.
Depois de ter feito grandes avanços em Topologia, ele se voltou para o estudo de Sistemas Dinâmicos, onde também fez avanços significativos. Sua primeira contribuição foi a “Ferradura de Smale”, que provocou significativas pesquisas em sistemas dinâmicos.
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Smale foi politicamente ativo em várias áreas, como os movimentos pela Liberdade de Expressão e contra a Guerra do Vietnã.
Em 1966, estava em Moscou para receber a Medalha Fields no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM). No dia da cerimônia da Medalha Fields, Smale participou de uma conferência de imprensa na qual condenou o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e comparou-a com a invasão soviética da Hungria, conseguindo criticar a América e a União Soviética.
O discurso não agradou nenhum dos lados. Em um episódio do estilo Guerra Fria, Smale foi levado abruptamente por agentes soviéticos para um passeio de carro para uma “conversa” – ele diz que ele foi tratado com cortesia. Chegou somente no final da cerimônia, a tempo de receber sua medalha. No meio da Guerra Fria, a história foi manchete no The New York Times.
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